Ode ao Poço
Numa longínqua noite de Inverno que ao início parecia apenas
banal, algo fora do ordinário aconteceu e tornou-se fenomenal!
Esta é a epopeia de dois amigos que se foram “alegrar” aos
aposentos de um terceiro. Terminada essa tertúlia pararam numa taberna de seu
nome “O poço” para fumarem aquilo que
segundo Eça é o “cigarro pensativo”. Um
deles decidiu comprar um maço e pedir um fino, pagou com uma certa quantia de dinheiro, e de troco recebeu o seu
duplicado ( isto é verídico!). Estava a degustar a sua bebida à base de cevada
quando chega um familiar afastado, cujo o último avistamento perdia-se nos
confins do tempo. Depois de uma breve conversa, deparou-se que um dos jovens
não estava a ingerir coisa alguma e do fundo da sua bondade decidiu confortar
com um fino o jovem que estava a beber e com dois o jovem que não, para o poder
acompanhar.
Beberam os néctares e decidiram fazerem-se à estrada. Mas a
história não acaba aqui. O dono desta taberna (que já estava a invocar o Deus
Baco já fazia algum tempo) efectuou a seguinte questão: “Quereis saber o real
significado do nome deste estabelecimento?” Ao que os jovens responderam em coro: “Sim!”. O proprietário
conduziu-os a uma pequena entrada subterrânea que os levou a uma pequena sala, que era nada mais
nada menos do que uma garrafeira com mesas e cadeiras e com um pequeno buraco
no chão onde se encontrava o poço. E eis, que é içada do poço uma garrafa que
continha o néctar dos deuses! E aqui começou mais uma tertúlia recheada de
questões filosóficas e existenciais.
Porém, já era hora de partir, o dever chamava! Mas eis que o
familiar afastado os interpelou: “ É desleal sair sem uma última tacinha”,
segundo ele a chamada “seideira”. Um dos jovens bebeu a sua e parte da taça do
outro, e iniciaram uma longa aventura até aos seus humildes lares, fazendo
paragens periódicas com o intuito de bolsar. Até que chegou o momento em que os
seus caminhos se dividiam, e depois daquela noite de boémia os jovens deram um
abraço de despedida, numa amizade linda e poética, que iria ecoar até ao fim
dos tempos.
Esta é a história de dois jovens que foram a uma taberna e
saíram de lá mais afortunados, comtemplando o Deus Baco…
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